Baixa da Banheira

Freguesia desde 1967 - A partir de 2013 integra a União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira - Território: 394 ha - População: 21.085 habitantes (censos 2011)

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Brasão

Escudo de prata, cinco bandeiras, sendo duas de azul, uma de púrpura e duas de vermelho, as hastes de negro ligadas por um ramo de hera, de verde passado em aspa; contrachefe ondeado de azul e prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas "BAIXA DA BANHEIRA".

 

História

Ao longo do tempo várias foram as designações usadas para nomear esta localidade, Sítio da Banheira, Lugar da Banheira, Terras Baixas da Banheira do Tejo.
A primeira referência conhecida à região data de 1403, a localidade é referida como Lugar da Banheira.
A esta referência segue-se um longo período de tempo em que as fontes documentais são mudas sobre a localidade. Só se voltando a ter informações sobre a Baixa da Banheira já no século XX.
Nos seus primórdios, constituía uma área residencial de ferroviários e operários corticeiros, que se formou numa faixa fronteiriça ao Lavradio e ao longo do caminho de ferro, um sítio denominado de Cabeço de Alhos Vedros.
No ano de 1935 foi deferido pela Câmara Municipal da Moita o pedido de Henrique Amada de construir uma habitação no local denominado Cabral de Cima, que pertencia à freguesia de Alhos Vedros, que viria a ser a Baixa da Banheira.
Foi, pois, nas décadas de 30 e 40 que começaram a chegar à Baixa da Banheira muitas famílias vindas do Alentejo e Algarve, mas também de Trás-os-Montes. Vinham para a região à procura de trabalho nas fábricas de cortiça, nos caminhos-de-ferro, na siderurgia, na indústria química ou na construção naval, entre outras.
Este primeiro grande crescimento da localidade é comprovado por dois factos distintos. Um é a criação do Ginásio Atlético Clube da Baixa da Banheira, o que comprova a existência de uma população ativa e a começar a organizar-se. O outro facto é o reconhecimento, em 1940, do topónimo Baixa da Banheira, querendo significar as terras baixas da Banheira do Tejo.
Nos anos 40, o número de fogos era 347, atingindo nos anos 60, 4193 fogos, sendo portanto nos anos que medeiam as datas indicadas o grande salto de crescimento urbano, induzido pela transferência e desenvolvimento de grande parte das unidades fabris da CUF de Lisboa para o Barreiro.
Entre 40 e 60, a Baixa da Banheira absorve praticamente todo o crescimento urbano do concelho da Moita.
De 60 para cá, a Baixa da Banheira tem tido um crescimento a ritmo quase constante, atingindo 5 227 fogos em 1970 e 6 835 fogos em 1980.
Em 1950 a localidade passa a dispor de luz eléctrica, um importante melhoramento na qualidade de vida dos seus habitantes.
No seu crescimento, a Baixa da Banheira, absorveu alguns núcleos de formação espontânea, entre eles Baixa da Serra, Alto da Serra e Vale da Amoreira. Este último, talvez o seu núcleo mais antigo.
bb_igrejaA localidade vai crescendo em atividades coletivas e em 11 de julho de 1959 realiza-se a primeira festa em honra de S. José Operário. Logo no ano seguinte, 12 de julho 1960, é inaugurada a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Na mesma data, e segundo a contagem do recenseamento populacional, a Baixa da Banheira conta com uma população de 12 525 habitantes o que faz da localidade o 34.º aglomerado populacional do País.
Este constante crescimento é reconhecido pelas entidades nacionais e a 26 de janeiro de 1967 o Diário do Governo publica a criação da freguesia da Baixa da Banheira. Em 27 de outubro de 1969 foi criado o Bairro Administrativo da Baixa da Banheira.
Em 1984 a Baixa da Banheira vê novamente reconhecido o seu crescimento com a passagem a vila, o que acontece a 16 de maio. No ano de 1988, 11 de Março, a freguesia é dividida, dando origem à freguesia de Vale da Amoreira.
A Baixa da Banheira foi, desde os primeiros anos de crescimento populacional, palco de lutas de trabalhadores e antifascistas. Exemplo destas lutas foram a greve dos trabalhadores da CUF em 23 de julho de 1943, o que motivou a prisão de 123 pessoas pela PIDE, mas também a luta dos operários corticeiros e a grande agitação popular no 1.º de Maio de 1961.
Em 1971 voltam a haver grandes manifestações e greves em várias fábricas contra o fascismo e a guerra colonial. Estas manifestações voltam a repetir-se em 1972, dando origem a várias prisões pela PIDE/DGS.
É por tudo isto facilmente compreensível a alegria com que a população da Baixa da Banheira festejou o 25 de abril de 1974. Em 12 de dezembro de 1974 realizam-se as primeiras eleições autárquicas livres no concelho, de que sai vencedora a Frente Eleitoral Povo Unido.

 

Património:

Monumento ao 25 abril

Conjunto escultórico cuja autoria é de Maria Morais, sendo constituído por três peças verticais com as dimensões de 5,60, 6 e 5,40 metros, três barras de ferro como contrafortes, três bandeiras e uma figura masculina com três metros de altura levando na mão uma bandeira. Um cravo com cerca de 1,50 metros de diâmetro compõe o conjunto escultórico.
Esta peça que assinala os 25 anos do 25 de abril, está implantada na Rotunda Augusto Gil.

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Monumento ao 25 de abril

 

Monumento comemorativo do 30º Aniversário da criação da Freguesia da Baixa da Banheira

Este monumento do autor Hermínio Gil Martins, está implantado junto à Igreja da Baixa da Banheira.

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Monumento ao 30º Aniversário da Freguesia da Baixa da Banheira


Monumento a José Afonso

Peça escultórica, implantada no Parque Municipal José Afonso, junto à Praceta do Coreto, é de autoria do Mestre Lagoa Henriques, que quis retratar o poeta e político seu amigo num "monumento de homenagem com expressão simbólica".
O escultor ofereceu o seu trabalho, associando-se à campanha de solidariedade, e fê-lo, diz, "com muito amor".
A escultura, em pedra e bronze, adquirida por subscrição pública, e composta por dois troncos entrelaçados, uma árvore de troncos cortados onde rebenta nova folhagem, e pela figura de José Afonso, acompanhado de uma lira e de duas pombas. "É a primavera da esperança, a árvore da liberdade", a "lira refere-se à condição de poeta intemporal que é o José Afonso".
O artista pretende que esta escultura seja também um "monumento à palavra" e, por isso, mandou gravar na pedra as seguintes palavras do poeta, "acima de tudo é preciso agitar, não ficar parado, ter coragem, quer se trate de música ou de política.

 


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Monumento a José Afonso

 

Monumento aos Reformados

Esta escultura de autoria de João Évora Patacão inaugurada em 19/02/1983, representa um casal de idosos em tamanho natural e foi esculpida num único bloco de mármore.
A justeza desta iniciativa popular, deve-se ao facto de a Baixa da Banheira ter sido pioneira neste movimento.
A obra foi adquirida por subscrição pública, em "Homenagem aos Reformados e Idosos do nosso País" e no seu pedestal pode-se ler: O POVO PRESTA HOMENAGEM AOS REFORMADOS E IDOSOS DO PAÍS TRABALHADORES DE HOJE REFORMADOS DE AMANHÃ HOJE POR ELES AMANHÃ POR TI ASSOCIA-TE À SUA LUTA INICIADA NA BAIXA DA BANHEIRA EM 15/02/76 POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA.
Está implantada no jardim do Centro de Convívio de Reformados e Idosos da Vila da Baixa da Banheira.

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Monumento aos Reformados

 

Busto do Padre José Feliciano

O padre José Feliciano Rodrigues Pereira, foi uma figura que deixou marcas na Baixa da Banheira. Exerceu o sacerdócio na Vila durante cerca de vinte anos, conseguiu vencer as barreiras dos menos recetivos à sua religião. Para construir a igreja local, meta que a si próprio impôs, soube rodear-se duma vasta gama de Banheirenses, alguns dos quais alheios à religião. Após esta concluída, afastou-se para a capela de Rio Frio, onde viria a falecer em 16 de janeiro de 1973 contando então 52 anos.
O seu busto foi erigido, por subscrição pública, na Praceta de Portugal.

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Busto do Padre José Feliciano


Atividades económicas: Comércio, construção civil, serralharia civil, carpintaria e panificação
Festas e Romarias: Padroeiro (julho)
Orago: S. José Operário